O deslumbramento de Janja e o prejuízo para o governo Lula

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva já ultrapassou, há muito tempo, o limite da discrição e do bom senso esperado de alguém que ocupa um papel simbólico na estrutura do Estado brasileiro. O que era visto como entusiasmo político se transformou em intervencionismo tóxico. Sua atuação recente durante a visita de Estado à China é apenas o episódio mais constrangedor de uma sequência de atitudes que beiram o amadorismo diplomático – e que colocam em xeque a própria credibilidade do governo Lula.

Janja não foi eleita, não tem cargo institucional, não possui formação em diplomacia ou política externa, mas insiste em intervir em assuntos de Estado como se fosse ministra plenipotenciária. Sua presença ostensiva em agendas oficiais, tomando espaço que seria de chanceleres e assessores, tem provocado incômodos dentro e fora do governo. Na China, ao tentar se colocar como figura central em eventos oficiais, constrangeu a comitiva brasileira e irritou autoridades chinesas, gerando desconforto diplomático. Mais uma vez, o governo foi forçado a remendar publicamente os estragos provocados por quem sequer deveria estar à frente das câmeras.

Internamente, sua influência é vista como desproporcional e, em muitos casos, nociva. Ministros relatam, nos bastidores, o peso da interferência da primeira-dama em decisões estratégicas, nomeações e até mesmo na pauta política do presidente. O Planalto se vê refém de uma figura que, em nome da proximidade afetiva com o chefe do Executivo, se julga no direito de moldar diretrizes que afetam o país.

A consequência disso não é apenas o desgaste da imagem presidencial, mas a corrosão da autoridade institucional. Quando uma figura sem legitimidade funcional se impõe sobre ministros, diplomatas e lideranças políticas, transmite-se ao país – e ao mundo – a mensagem de que o governo Lula é vulnerável à personalização do poder e à influência descontrolada de quem não tem voto nem preparo.

Janja precisa entender que primeira-dama não é cargo público. Sua atuação deve ser pautada por discrição e responsabilidade, não por protagonismo e vaidade. Se continuar a confundir o Planalto com palanque e os ministros com assessores pessoais, será inevitável que sua presença se torne um problema maior do que o governo está disposto a admitir. E o Brasil já tem problemas demais para lidar com mais um amadorismo palaciano.

Noite prestigiada – A inauguração do escritório Almeida Paula, liderado pelo advogado Vadson Almeida, foi um sucesso absoluto. Mesmo com a chuva, diversas personalidades do mundo político se fizeram presentes, como Marília Arraes, Eduarda Gouveia, Gustavo Gouveia e tantos outros prefeitos e parlamentares.

Bringel – Araripina perdeu um de seus maiores quadros políticos, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Bringel. Sua atuação fez história em defesa da cidade e de toda a região do Araripe. O falecimento dele foi lamentado pela governadora Raquel Lyra, pela deputada estadual Roberta Arraes, pelo prefeito Evilásio Mateus, e por todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com ele.

Na estrada – O ex-senador Jarbas Vasconcelos entrou definitivamente na campanha do deputado estadual Jarbas Filho na disputa pela presidência estadual do MDB. Jarbas esteve em Lagoa Grande e reuniu com lideranças da região do São Francisco, na ocasião pediu apoio ao projeto de seu legítimo herdeiro político para conduzir os rumos daquele que foi o seu partido e por onde foi prefeito, governador e senador.

Solução – Diante do impasse causado pela Alepe no sentido de não marcar a sabatina de Virgílio Oliveira como novo administrador de Fernando de Noronha, culminando no prejuízo do funcionamento do arquipélago, a governadora Raquel Lyra encontrou uma solução que na prática garantirá o pleno funcionamento de Noronha. Virgílio será nomeado administrador adjunto, e Aglailson Neto será o superintendente geral da ilha.

Inocente quer saber – Até quando Janja vai agir além das suas atribuições?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.