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A família Hacker e suas permanências na política pernambucana

  • Brito
  • 25 de abr. de 2024
  • 3 min de leitura

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Da esquerda para a direita: Hildo, Graça, Berg, Isabel, France Hacker. Foto: Reprodução/redes sociais


Dentre as diversas famílias políticas em Pernambuco, os Hacker são conhecidos em alguns municípios do interior, ocupando cargos no Executivo e no Legislativo. Desde 1992, eles atuam nas cidades de Rio Formoso, Tamandaré e Sirinhaém, na Mata Sul do estado, tendo sido eleitos e reeleitos continuamente. 


Nas últimas eleições municipais, em 2020, no entanto, a família Hacker perdeu alguns espaços. Em Sirinhaém e Tamandaré, por exemplo, redutos eleitorais do clã, France e Sérgio, respectivamente prefeitos, não conseguiram a reeleição


Sérgio Hacker é casado com Sarí Côrte Real, que foi condenada a sete anos de prisão pela morte, em 2020, de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. O menino era filho de Mirtes Renata, empregada doméstica da família, no Recife. Ele ficou sob os cuidados de Sarí enquanto a funcionária passeava com o cachorro. Miguel caiu do nono andar do prédio onde a família morava. 


O caso teve repercussão nacional, causando uma reação nas urnas à época. Quatro anos depois, no entanto, membros da família Hacker continuam despontando nos mesmos municípios como possíveis vencedores nas urnas.  

Família Hacker na política em Pernambuco 

Um levantamento realizado no Centro Universitário Tabosa de Almeida, em Caruaru, mostrou que a família se espalhou facilmente em prefeituras desde 1992. Em Rio Formoso, por exemplo, o único período em que não houve um Hacker no Executivo foi de 1996 a 2000. A atual prefeita da cidade, Isabel, deverá passar o bastão para outro membro do clã, Berg Alexandre, conhecido como “Berg de Hacker”. Mesmo não sendo da família, o atual pré-candidato faz parte do grupo enquanto compadre de Hildo Hacker. 


Isabel é irmã de Hildo, que é pré-candidato a prefeito de Tamandaré, onde foi prefeito de 2009 a 2016. Já em Sirinhaém, que esteve sob a gestão de France Hacker, agora deputado estadual, a prefeita Camila Machado (PP), vai se lançar a reeleição, tendo como pré-candidato a vice-prefeito Hildo Hacker Jr., filho de France. Apesar de também não ser da família, Machado se posiciona na cidade com a força do clã, que traz as novas gerações o ramo. 


De acordo com o cientista político e professor universitário Vanuccio Pimentel, o fenômeno das famílias políticas são resultado da maneira como elas crescem em cada região. “Nós temos uma característica que o capital político é passado dentro das famílias, e não exatamente por pessoas fora da família”, explica o docente ao LeiaJá


“Quando a gente vai para a política dos municípios, a gente sempre vai encontrar o vereador cujo pai foi prefeito, ou o prefeito cujo avô foi prefeito ou que foi vereador. Enfim, [atores] que sempre estão ali na política há muito tempo”, exemplifica. Em alguns casos, como é o caso dos Hacker, eles montam uma estratégia de ocupar vários municípios. 


Estratégias políticas da família Hacker 

O professor continua explicando que essa estratégia observável nessas famílias políticas visa ampliar o poder político desses grupos. Ele conta que, ao ampliar o número de cidades onde se detém o poder político, alarga o orçamento, e a força da família é maior para exercer sua influência no eleitorado. 


“E aí, garante pra esses grupos familiares um capital eleitoral que ou pode eleger um parente como deputado estadual ou federal, também pode se negociar o apoio em bloco. Negocia o apoio dos municípios a determinado candidato, deputado federal ou estadual, ampliando o poder de barganha dessas famílias no apoio a um determinado grupo político”, finaliza. 


Fonte: Leia Já.

 
 
 

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Brito

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